quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FREEMARTINISMO

A ligação da membrana placental ocorre no quadragésimo dia de gravidez, e depois disso, os fluídos dos dois fetos são misturados. Isto causa uma troca de sangue e antigénios que levam características que teriam que ser diferentes para os machos e para as fêmeas.

Quando estes antigénios se misturam, eles afectam-se um ao outro e de certo modo um feto poderá desenvolver características do outro sexo.

O gémeo masculino neste caso só é afectado por fertilidade reduzida, porém, em cerca de 90% dos casos o gémeo feminino é completamente estéril. Facto que se explica devido à transferência de hormonas ou uma transferência de células. Os órgãos genitais das fêmeas são severamente afectados, sendo subdesenvolvidos e às vezes contém alguns elementos masculinos.

Um freemartin é geneticamente feminino, mas possui muitas características de um macho. Os ovários do freemartin não se desenvolvem corretamente, e eles permanecem muito pequenos. Os ovários não produzem as hormonas necessárias para induzir os sinais de cio.
Muitos agricultores criam normalmente as fêmeas nascidas da gestação de gémeos de sexos diferentes, justamente por não saberem que a maioria das fêmeas nascidas nestes casos será estéril (cerca de 90%).

O "Freemartismo" é reconhecido como uma das formas mais severas de anormalidade sexual entre bovinos. Quando há nascimento de animais gémeos e de sexos distintos, a fêmea terá grandes possibilidades de não ser fértil.

Durante a gestação de gêmeos, a membrana placental é compartilhada entre os fetos, havendo com isso um elo entre os fetos e a placenta

O "Freemartinismo" não pode ser prevenido; porém, pode ser diagnosticado de vários modos que variam desde exames simples das membranas da placenta até a avaliação de cromossomas. Em alguns casos, o gémeo masculino pode ter sido abortado numa fase inicial da gestação (antes do quadragésimo dia de gestação). Neste caso, não haverá nenhum sintoma de "freemartinismo".

O diagnóstico precoce de fêmeas estéreis torna-se extremamente importante para os criadores, pois com isso poderá economizar em alimento, mão de obra e maximização do espaço físico da propriedade.

A percentagem de nascimentos de gémeos de sexos diferentes em bovinos é de cerca de 0,5% a 1% em cada 200 nascimentos. Vale ressaltar que a infertilidade devido à gestação de gémeos só ocorrerá quando os sexos forem diferentes, ou seja, quando gémeo de duas fêmeas ou dois machos ao haverá problemas de fertilidade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ceratoconjuntivite Bovina: Como prevenir e tratar?

É considerada a principal doença oftalmológica dos bovinos em incidência e com sérios prejuízos ao agricultor.



Transmitido pela bactéria Moraxella bovis.
Factores genéticos (quantidade de pigmentos nas pálpebras), idade (indivíduos menores de um ano são os mais afectados), poeira, hipovitaminose A, insectos, aerossóis e defensivos, contacto directo com indivíduos doentes, entre outros, também são factores predisponentes ao desenvolvimento da doença.

Podem ocorrer sequelas tais como cicatrizes, glaucoma secundário e cegueira.

Podemos lançar mão do tratamento tópico com: ampicilina, oxitetraciclina, bacitracina e gentamicina, ou subconjuntival. O tratamento sistémico com estas mesmas substancias activas pode também ser realizado.

Devemos sempre lembrar-nos de fornecer um nível satisfatório de vitamina A nas dietas dos animais.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Gene Cullard: Parar ou incrementar?

A presença de musculatura dupla ou hipertrofia muscular é uma condição inerente aos bovinos. O nome musculatura dupla é uma designação errada, pois não existe duplicação de músculos e sim uma condição que envolve tanto hipertrofia como hiperplasia das fibras musculares. Além disso, a musculatura dupla é uma síndrome associada a factores físicos, fisiológicos e características histológicas que não apenas a hipertrofia muscular.
Algumas características dos animais com musculatura dupla incluem o adelgaçamento dos ossos do traseiro, alta frequência de animais com subdesenvolvimento da genitália externa e aumento da língua em bezerros recém-nascidos. Comparados com bovinos normais, aqueles com musculatura dupla tem um menor peso relativo dos ossos, menos gordura, mais músculos e um alto rendimento de carnes comercializáveis.
Infelizmente a síndrome é associada com problemas para a produção como a redução na fertilidade, distocia, baixa viabilidade do bezerro e aumento da susceptibilidade ao stress. Como existe um aumento na demanda do consumidor por carne magra, o interesse por bovinos de musculatura dupla tem aumentado. Esta síndrome tem sido observada na maioria das raças de bovinos, mas com maior frequência nas raças Belgian Blue, Charolês e Piemontês e é controlada por um gene recessivo, patenteado recentemente com o nome de miostatina. A identificação de animais com dupla musculatura é usualmente baseada na avaliação subjectiva (visual) da característica (grau de hipertrofia muscular), presença de sulcos intermusculares a outras características externas associadas com a síndrome, tal como a inclinação pélvica e o aparente alto ponto de inserção da cauda.
Bovinos de musculatura dupla mostram reduzida fertilidade em relação a bovinos normais. A redução na fertilidade tem sido atribuída a uma série de factores incluindo o pobre comportamento sexual, especialmente em animais jovens.
A dificuldade no parto de vacas de musculatura dupla é um “desbalanço morfológico feto maternal”, levando a uma grande incidência de distocia. Tal problema pode ser explicado pela combinação de dois factores: a dificuldade de nascimento de bezerros de musculatura dupla e a dificuldade de parto das vacas. Com o parto a hipertrofia dos músculos da coxa aumenta a largura do bezerro, especialmente na região dos trocanteres, produzindo muita dificuldade no parto.
A maioria dos estudos indicam que os bovinos de musculatura dupla tem um peso ao nascimento 30% superior do que os bovinos normais. A alta taxa de crescimento permanece até o período de pré-desmama. Entretanto, durante o período de pós-desmama alguns estudos indicaram que a taxa de crescimento de bezerros de musculatura dupla tornou-se inferior que o de bezerros normais, resultando em um menor peso maduro.
É importante ressaltar que a magnitude e direcção das diferenças no crescimento entre bovinos de musculatura dupla e normal estão sujeitos a factores gerais como maneio, habilidade materna da fêmea, sexo dos bezerros e regime nutricional, no qual controla a expressão do potencial de crescimento.
Várias observações indicam um apetite reduzido em bovinos de musculatura dupla, resultando em uma menor ingestão de nutrientes no período de pós-desmama. A hipótese da menor ingestão de alimentos é devido a redução no tamanho do trato digestivo. Assim, os bovinos de musculatura dupla expressam seu maior potencial de crescimento com rações ricas em concentrado e tendem a se adaptar menos facilmente a mudanças na ração e a condição de restrição alimentar.
Os bovinos de musculatura dupla são conhecidos por terem melhor conformação de carcaça que os normais.
A principal razão para a carne dos bovinos de musculatura dupla ser mais macia é esta ter um baixo conteúdo de colagénio (tecido conectivo). A palidez da carne também é uma característica própria dos animais de musculatura dupla. Tal característica possivelmente é devido a alta proporção de fibras brancas ligadas com o baixo conteúdo de mioglobina dos músculos. Em termos das limitações para produção, a superioridade das carcaças dos animais de musculatura dupla tem levado a um aumento na participação deste tipo de animal nos sistemas de produção, além disso, tem aumentado a infusão de genes de musculatura dupla em outros animais. Nas raças Piemontesa e Belgian Blue, a frequência de animais nestas raças que exibem musculatura dupla tem aumentado bastante, e no caso da primeira 57% dos animais são hipertrofiados muscularmente e 42% intermediários.
O acasalamento de machos de musculatura dupla com fêmeas normais, no qual toda a descendência vai para o abate (cruzamento terminal), com o benefício de que a descendência enviada para o abate poderá ser mais eficiente na utilização do alimento, e ter uma carcaça com alto rendimento e qualidade.
Em qualquer outro sistema de cruzamento para produção de carne, deve-se sempre ter o cuidado de descartar as fêmeas originárias do cruzamento com machos de musculatura dupla ou no mínimo descartar aquelas com características fenotípicas para a musculatura dupla.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

NEOSPOROSE

Neospora caninum é um protozoário reconhecido há cerca de uma década e que tem sido implicado como uma das principais causas de aborto em bovinos de várias partes do mundo.
A transmissão vertical (transplacentária) é a principal forma de disseminação de Neospora caninum em rebanhos bovinos, mantendo a infecção por várias gerações. Vacas soropositivas têm 95,2% de probabilidade de transmissão vertical de Neospora caninum. Por isso, em propriedades endémicas, as taxas de soropositivas geralmente são idênticas entre novilhas e vacas.
A infecção horizontal (pós-natal), pela ingestão de água ou alimentos contaminados com oocistos liberados pelos cães também pode ocorrer, sobretudo em casos de surtos de abortos. Vários pesquisadores constataram associação entre soroprevalência (e abortos) dos bovinos e presença de cães na propriedade, comprovando que o convívio cães/bovinos aumenta a prevalência de soropositivos para Neospora caninum em ambas as espécies. Da mesma forma, os cães de propriedades rurais apresentaram maior prevalência de infecção do que os de área urbana. Isto sugere que os cães de área rural podem adquirir a infecção pela ingestão de alimento contaminado de origem bovina, como fetos, membranas fetais e fluidos.
Os estudos epidemiológicos realizados até o momento indicam que a infecção pós-natal tem menor importância, ocorrendo em níveis inferiores aos verificados para a transplacentária.
Bovinos sorologicamente positivos têm maior risco de aborto. Esse aumento do risco pode ser de 7,4 vezes. Além disso, uma vaca soropositiva que aborta, tem 5,7 vezes mais risco de abortar na próxima prenhez.
Em vários estudos realizados na Escócia, Irlanda do Norte e Inglaterra foram constatados maiores soroprevalências entre rebanhos com histórico de aborto variando de 9% a 18%. Na Argentina foram constatados anticorpos anti-Neospora em 64,5% das vacas leiteiras com histórico de aborto.
O uso de cães para o manejo de bovinos de leite e de corte pode, pois, facilitar a contaminação de pastagens e aguadas aumentando a probabilidade de infecção do rebanho.
Nos animais bovinos adultos, o aborto é o único sinal clínico. Ocorre em vacas e novilhas do 3o ao 9o mês de gestação (maioria entre 5 e 6 meses).
O feto pode morrer no útero, ser reabsorvido, mumificado, autolisado, natimorto, nascer vivo mas doente, ou ainda, nascer clinicamente normal, mas cronicamente infectado. Normalmente não ocorre retenção de placenta. São raros os casos de vitelos que nascem infectados e apresentam a forma clínica, com lesões neurológicas, desde leves disfunções até completa paralisia. Os membros anteriores e/ou posteriores podem estar flexionados ou hiperestendidos. Pode ocorrer exoftalmia ou aparência assimétrica dos olhos.
A maioria dos vitelos infectada intra-uterinamente nasce clinicamente normal. Tem, ao nascer, altos títulos de anticorpos anti-Neospora caninum. 80 a 90% dos filhos das vacas soropositivas são congenitamente infectados. Esses animais clinicamente normais e congenitamente infectados são importantes para a manutenção da doença no rebanho.
A frequência de abortos por Neospora caninum pode ser esporádica, constante durante os meses (endémica) ou em surtos (epidémica). Os abortos endémicos geralmente ocorrem em rebanhos cronicamente infectados, entre as vacas soropositivas. São pouco superiores a 5% do rebanho ao ano. Nos surtos, mais de 30% dos animais podem abortar em poucos meses, e ocorre em animais que entram em contato com uma fonte externa de contaminação. Após um surto, os animais ficam cronicamente infectados, passando a ocorrer o chamado aborto endémico. Dessa forma muitas vacas soropositivas podem transmitir o agente para sua progénie, perpetuando a infecção dentro do rebanho.
Existem situações em que é difícil determinar se a alta frequência de abortos é resultado de uma infecção externa recente (surto) ou da reativação de infecções crónicas, latentes, de vacas já infectadas. Essa reativação pode ocorrer devido a fatores imunodepressores, como, por exemplo, a ingestão de micotoxinas presentes em alimentos mal conservados ou a infecção pelo vírus da Diarréia Viral Bovina (BVD).

sábado, 31 de julho de 2010

Concurso Nacional do Limousine em Limoges...

Em Limoges, ocorrerá o Concurso Nacional do Limousine de 3 a 5 de Setembro, para mais informações aceder ao site: wwww.limousine.org .

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ida á FACECO...

Na visita a Odemira, fomos á exploração de José Maria Pacheco dos Reis, á Casa Agrícola Sabino Samora e á DURRACO - Sociedade Agro-Florestal, Lda, e claro, como não podia deixar de ser, á FACECO ver a exposição de animais puros Limousine.

DIESEL39 - José Maria Pacheco dos Reis

Novilhas em cobrição pelo DIESEL39

TOULOUSE - José Maria Pacheco dos Reis

Vacada de José Maria Pacheco dos Reis

ARLEQUIN - Casa Agrícola Sabino Samora

Novilhas a concurso na FACECO

COBALTO na FACECO - Casa Agrícola Sabino Samora

Daniel Martinho e o CADETE na FACECO

Novilhas de José Maria Pacheco dos Reis na FACECO

Lote de 5 filhos do VICKS a concurso na FACECO

VIRTUOSE e um lote de 5 dos seus filhos a concurso na FACECO

domingo, 18 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

FACECO 20ª edição (23 a 25 de Julho 2010)


De 23 a 25 de Julho, realiza-se em S. Teotónio a 20ª edição da FACECO, a Feira das Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira.

A FACECO contará com a participação dos diversos grupos de música tradicional do concelho, animação de rua, actividades desportivas e animação equestre.

O sector pecuário terá como sempre uma forte participação na FACECO, com as exposições e concursos das raças bovinas limousine e holstein frísia e da cabra charnequeira.

Sendo no Alentejo, claro que não poderia faltar a participação do sector pecuário. O gado volta em força com a realização do 22º Concurso Nacional da Raça Bovina Limousine, o 7º Concurso Regional da Vaca Holstein Frísia e o 15º Concurso Regional da Cabra Charnequeira, bem como exposição de várias raças autóctones.

O Ano Internacional da Biodiversidade também não foi esquecido. O tema será celebrado no Pavilhão do Artesanato, onde se poderá ver colóquios sobre biodiversidade e ver ao vivo o trabalho dos artesãos do concelho agrupados pelos temas Água, Floresta e Montado.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ida á OVIBEJA, Herdade do Bussalfão e Alcanena

Bela viagem foi esta, começei por visitar de novo a Ovibeja, pois ja a conecia bem, mas naturalmente que existem coisas novas a ver e aprender. Fui direito ao Pavilhão da Pecuária e por consequência á área do Limousine falar com o Eng. António Correia - Técnico da ACL.
No dia seguinte fui visitar a exploração da Herdade do Bussalfão, pois comprei as minhas 4 Novilhas Limousine lá. Aquilo é campinas e campinas de perder de vista. Vi o touro VIP, o CANARIS, o CASTOR e o DIAKITÉ, que são belos animais.

Depois fui a Alcanena ver uma exploração de Engorda de bovinos, que me impressionou bastante pela facilidade de maneio que o proprietário tem, pois está quase tudo automatizado, mais concretamente a alimentação.

sábado, 3 de abril de 2010

LIMOUSINES: Dois meses e meio depois...

O que esta novilha era e o que se tornou! Só de pensar que esta amiga se soltou em plena doca no dia que veio do continente... Agora até vem ter comigo.

Esta é a DIVIDIDA (PG08428048), a mais mansa.

Esta é a DESBOCA (PG08428064), que teve um desenvolvimento muscular espectacular desde que veio.

Esta é a DALPENDURADA (PG08428066), que sem dúvida é a mais bem conformada, mas mais "ásperazinha".

E por fim a mais novinha do grupo, a EMPRESTADA (PG09428007), que tem grandes hipóteses de ser o melhor animal deste grupo.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Cabritos deste Ano

Estes são os cabritos nascidos neste ano.
Os primeiros são são trigémeos, dois machos e uma fêmea, puros Alpino Françês.


Estes segundos são duas cabritas cruzadas de alpino, nos primeiros minutos de vida.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

BVD e IBR: o seu impacto

BVD é um vírus que afecta os bovinos de produção de leite e de carne, entre outras espécies animais.

Como é que os animais se infectam com BVD?
Os animais infectam-se por contacto directo com animais já infectados (saliva, leite, urina, sémen, fezes, secreções oculares e nasais), materiais infectados (ex. agulhas) ou alimentos. Outra via de infecção é através da mãe, durante a gestação. Os principais responsáveis pela disseminação do vírus são os chamados 'Persistentemente Infectados', mais conhecidos por PI.

O que são animais PI?
São animais que foram infectados com BVD, dentro do útero materno, nos primeiros 4 meses de gestação. Em muitos casos, os animais PI são aparentemente normais, não se distinguindo dos outros animais da exploração. A única maneira de os identificar é através de análises realizadas em laboratório.

Consequências da circulação do BVD numa exploração?
As principais consequências deste vírus são infertilidade, abortos e diminuição das defesas dos animais.
O vírus BVD diminui as defesas dos animais (imunossupressão), ficando estes mais susceptíveis às outras doenças (diarreias, pneumonias, mamites, metrites, etc), havendo um aumento do número de casos e gravidade dos mesmos, na exploração.
Existe uma manifestação grave da doença, que afecta os animais PI, chamada de 'Doença das Mucosas' que, felizmente, é rara. Os sintomas principais são diarreia severa, febre e aparecimento de úlceras na boca. Na maioria dos casos, os animais afectados pela "Doença das Mucosas" acabam por morrer.
Na vaca reprodutora existem vários problemas causados pelo BVDV: morte embrionária, aborto em qualquer fase da gestação, nascimento de vitelos com malformações, nascimento de vitelos fracos (atrasos de crescimento em relação a vitelos saudáveis), mumificação fetal, infertilidade (dificuldade em ficar gestante).
O vírus BVD pode infectar o touro reprodutor, alojando-se nos testículos e sendo eliminado pelo sémen. Como consequências, temos diminuição da fertilidade do touro e risco de infectar a vaca através da cobrição, levando a diminuição das taxas de concepção e gestação da exploração.

Impacto económico na exploração
Os prejuízos económicos numa exploração com BVD são vários: produtivos (perdas de produção de leite, aumento do nº de dias em aberto, diminuição da qualidade de leite, atrasos de crescimento dos animais, etc), reprodutivo (mortalidade embrionária e abortos, infertilidade, baixas taxas de concepção, custos extra com sémen, etc), custos com tratamentos veterinários, refugos e mortes de animais.
A existência deste vírus na exploração acarreta elevadas perdas económicas, podendo haver perdas que rondam os 60 a 100 euros/vaca/ano.

Prevenção e Controlo da Doença
As principais medidas de prevenção e controlo do BVD são a identificação e eliminação (refugo) dos animais PI da exploração (eliminando desta forma a principal fonte do vírus da exploração) e a vacinação do efectivo.
Existem outras medidas de controlo como: evitar entrada de animais já infectados na exploração (fazendo teste à doença prévio, não comprando animais PI), evitar contacto com animais de outras explorações, adopção de medidas de higiene adequadas. Dada a realidade e as condições das explorações açorianas, estas últimas medidas podem ser muito difíceis de implementar, sendo que as medidas mais fáceis de aplicar são a eliminação de PI e a vacinação do efectivo.


IBR (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina)


O IBR é uma doença causada por um vírus (Herpes Vírus Tipo 1). Trata-se de uma doença altamente contagiosa dos bovinos de leite e de carne.

Como se contagiam os animais?
A infecção ocorre principalmente, por contacto directo com animais infectados, através do ar, corrimentos nasais, corrimentos oculares, corrimentos uterinos, leite e sémen. Pode ocorrer transmissão por via sexual (sémen infectado), que pode ter grande importância em explorações que recorrem à cobrição natural, havendo necessidade de controlo adequado dos touros reprodutores.
Os animais infectados podem tornar-se portadores do vírus por toda a vida, ficando o vírus como que 'adormecido' (infecção latente). Em períodos de stress ou na existência de outra doença (ex. mamite, metrite, etc), ocorre uma diminuição das defesas do animal (imunossupressão), e, o vírus pode 'acordar' (reactivação), podendo exibir sintomas de IBR, de gravidade variável. Nesta fase, eliminam o vírus para o meio ambiente, havendo um risco elevado de infectarem animais saudáveis, podendo, em algumas condições, surgir um surto de IBR na exploração.

Sinais clínicos de IBR
Os principais sintomas de IBR são respiratórios (tracto respiratório superior). Os animais apresentam febre, corrimento nasal e ocular (conjuntivite), salivação, quebra na produção leiteira grave. Um sinal característico é o chamado 'nariz vermelho', devido ao aparecimento de úlceras (feridas) à volta das narinas (Fig. 3). Este quadro de doença pode agravar-se e evoluir para pneumonia.
As vacas reprodutoras podem sofrer aborto, casos isolados ou em forma de surto, ocorrendo na maior parte das vezes entre o 6º e o 8º mês de gestação.
Nos vitelos, a IBR provoca a forma respiratória já referida mas também pode causar diarreias (enterites) e por vezes sintomas nervosos em vitelos recém-nascidos.
A entrada do vírus IBR numa manada adulta de vacas, que não tenha tido contacto prévio com a doença (animais negativos nas análises de sangue), pode causar problemas graves de IBR como abortos (podendo atingir 25 a 60% das vacas gestantes), sintomas respiratórios graves, quebras severas na produção e mesmo morte. Os surtos de IBR podem afectar grande nº de animais.

Impacto económico da IBR
Em todo o mundo, o vírus IBR provoca milhões de euros de prejuízos devido a quebras na produção leiteira (pode baixar até cerca de 14 L/vaca/dia), problemas de fertilidade, abortos, custos com tratamentos veterinários, refugos e mortes.

Medidas de controlo de IBR
O controlo desta doença passa por:
- Identificação dos animais portadores do vírus e seu refugo (nem sempre possível);
- Evitar a entrada do vírus na exploração (evitar compra de animais já infectados, realizando análises de laboratório para pesquisa de IBR, desinfecção de materiais que possam estar infectados, evitar contacto com animais de explorações infectadas, etc);
- Vacinação de todo o efectivo com o objectivo de travar a disseminação do vírus (diminuindo a eliminação do vírus para o meio ambiente de animais portadores), prevenção de sintomas. Os animais previamente vacinados, se entrarem em contacto com vírus, têm maior número de 'armas' (defesas) para lutarem contra a IBR, evitando casos de doença severa e diminuindo o prejuízo na rentabilidade da exploração. A escolha da vacina adequada para a exploração, depende da realidade da mesma (ex. existência ou não de mais doenças na exploração), e, é uma decisão que deve ser tomada conjuntamente entre o veterinário assistente da exploração e o proprietário, a partir das vacinas disponíveis no mercado nacional.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Leilão de Bovinos de Raça Limousine e Simmental-Fleckvieh

O Serviço de Desnvolvimento Agrário do Faial, fará venda em hasta pública nas instalações do Estábulo localizado nos Matos da Caldeira, no próximo dia 20 de Fevereiro de 2010 pelas 10:30 h, dos seguintes bovinos:
- Novilhos Raça Limousine: 10 machos e 3 fêmeas
- Novilhos Raça Simmental-Fleckvieh: 4 machos e 7 fêmeas
- Novilhos Cruzados de Limousine: 3 machos e 3 fêmeas
- E ainda 5 vacas e 1 vitelo sem interesse para a reprodução.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Características da Raça Bovina Limousine

A Raça Limousine deve o seu extraordinário êxito ao facto de associar a um maneio fácil, excelentes produções com carcaças topo de gama.

Assim, como consequência da boa fertilidade e grande facilidade de partos das vacas e novilhas, aliada ao vigor e rusticidade dos vitelos, facilmente se conseguem obter 95 bezerros desmamados por cada 100 vacas postas à reprodução em cada ano.

Os novilhos desde que alimentados adequadamente, estão prontos para abate aos 15-16 meses fornecendo facilmente 350kg de carcaça. O rendimento de carcaça nesta idade geralmente supera os 65%, o que se deve à associação entre a finura de osso e o enorme desenvolvimento muscular.

A qualidade da carne produzida é de alto valor organoléptico, como consequência de uma excelente repartição da gordura intra e extra muscular.

Em termos fenotípicos, a raça Limousine é definida pelas seguintes características:

Pelagem flava, um pouco mais clara no ventre, zona do períneo, escroto ou úbere, e na extremidade da cauda; apresentando auréolas mais claras à volta dos olhos e focinho
Cabeça curta, fronte e focinho largos
Cornos finos e arqueados para a frente
Mucosas rosadas
Pescoço curto
Peito largo e arredondado; costado cheio
Bacia larga sobretudo ao nível dos ísquions, e não muito inclinada
Linha sacro coccígea e ancas pouco salientes
Dianteiro bem musculado e lombo largo
Nádegas espessas, bem descidas e arredondadas
Cornos e unhas claros
Aprumos correctos
Couro fino e flexível
Podem distinguir-se 3 tipos morfológicos distintos:

Tipo “Boucherie”(Carne): animais denominados assim por apresentarem massa musculares muito desenvolvidas; são animais mais precoces, mais pequenos mas mais largos e com excelente conformação cárnica


Tipo “Elevage”(Esquelético): animais que apesar de não apresentarem grande conformação cárnica, exibem um extraordinário desenvolvimento esquelético, sendo no geral de crescimento mais tardio


Tipo “Mixte”(Misto): onde se identificam a maioria dos animais da raça, é como o nome indica um tipo intermédio entre os dois primeiros enumerados.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ajudas à aquisição de produto fibroso destinado à alimentação do efectivo pecuário!

Considerando as condições climáticas que, de forma persistente, se têm feito sentir nos últimos meses, provocando quebras anormais na produção forrageira destinada à alimentação animal;
(...)
Considerando a necessidade de estabelecer um apoio extraordinário à compra de um contingente de produto alimentar de categoria fibrosa como forma de ajudar os produtores regionais;
Assim, (...), manda o Governo da Região Autónoma dos Açores, pelo Secretário Regional da Agricultura e Florestas, o seguinte:
Artigo 1.º
O presente diploma estabelece o regime de ajudas a conceder à aquisição de produto de categoria fibrosa destinado à alimentação do efectivo pecuário da Região Autónoma dos Açores.
Artigo 2.º
1 – É concedida uma ajuda de 5 cêntimos por quilograma, para as ilhas de São Miguel e Terceira e, de 7 cêntimos por quilograma nas restantes ilhas, destinada à aquisição de produto alimentar de categoria fibrosa no ano de 2010, até ao montante máximo regional de 11.000 (onze mil) toneladas.
2 – O montante máximo referido no número anterior será distribuído por ilha, do seguinte modo:
Santa Maria 185 toneladas;
São Miguel 5.650 toneladas;
Terceira 2.445 toneladas;
Graciosas 280 toneladas;
São Jorge 740 toneladas;
Pico 785 toneladas;
Faial 595 toneladas;
Flores 275 toneladas;
Corvo 45 toneladas.

Artigo 3.º
Podem beneficiar desta ajuda todos os operadores económicos que fabricam ou importam o produto referido no artigo anterior.
Artigo 4.º
As entidades cuja aquisição de produto fibroso se destine à revenda e tenha sido objecto de ajuda, bem como as que produzem e comercializam, obrigam-se a:
a) Deduzir a ajuda recebida aquando da fixação do preço final do produto ao agricultor, a qual deverá constar da factura;
b) Permitir o acesso de todos os agricultores que se lhes dirijam, para a aquisição de produto objecto de ajuda.

Artigo 5.º
A ajuda só será concedida à aquisição de produto de categoria fibrosa que obedeça ao seguinte padrão, mínimo, de características técnicas de arraçoamento:
Fibra – 12% a 14%
Dimensão mínima da partícula – 7,5mm*
Proteína bruta – 14%**
Gordura bruta – 2%
*No caso de fibra expandida, admite-se uma dimensão mínima da partícula até 4,8 mm.
**Exclusão total de ureia como fonte proteica.
Artigo 6.º
O controlo das quantidades de produto fibroso objecto de ajuda far-se-á, semanalmente, do seguinte modo:
a) Os operadores económicos referidos no artigo 3º, devem comunicar à Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário – Vinha Brava em Angra do Heroísmo (através do e-mail: sraf.fibra@azores.gov.pt) as quantidades de produto facturado, identificando as entidades/clientes a quem forneceram, até ao último dia útil da semana em que se verificar a aquisição, devendo posteriormente enviar cópia dos comprovativos dessa venda no prazo de uma semana;
b) (...)
c) (...)
Artigo 7.º
A Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário, poderá solicitar informações adicionais, proceder a inspecções e análises do produto objecto de ajuda, bem como, proceder à verificação do cumprimento das regras previstas neste diploma, através de controlos administrativos ou de outros que se julguem necessários.
Artigo 8.º
Qualquer irregularidade verificada, bem como, as falsas declarações acarretam a perda do direito à ajuda ou a sua devolução caso já tenha sido atribuída, acrescida de juros à taxa legal, calculados desde a data em que tais importâncias foram colocadas à disposição do operador.
Artigo 9.º
O pagamento desta ajuda é suportado pela dotação inscrita no Capítulo 40, Programa 07, Projecto 07.02 do Plano de Investimentos da Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.
Artigo 10.º
O presente diploma produz efeitos a partir do dia 20 de Janeiro de 2010.

Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.
Assinada em 18 de Janeiro de 2010.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas, Noé Venceslau Pereira Rodrigues



Já estava na hora do nosso Governo actuar neste sentido, pois isto está demais. Sabemos bem que o Governo não tem culpa de nada disto, mas ao menos está nos ajudando e fazer face ás intempéries que estamos a sofrer.
A chuva e o frio não estão deixando os terrenos descansarem; os cascos dos animais a pisotearem terrenos encharcados e o próprio frio não deixa as forragens crescerem; tudo isto são factores que se estão a juntar e que não facilitam em nada a vida dos agricultores...

Novilhas Limousine





No dia 20/01/2010 lá chegaram as tão esperadas "meninas". Vieram da Herdade do Bussalfão - Sociedade Agro-Pecuária, Lda e chamam-se DALPENDURADA (PG08428066); DIVIDIDA (PG08428048); EMPRESTADA (PG09428007) e DESBOCA (PG08428064), respectivamente.

Classificação Fisiológica de Carcaças



Este é o sistema de classificação de carcaças, baseado na grelha comunitária de classificação.



Três belas carcaças, sendo a primeira U2 e as outras duas classificadas em E1. Esta imagem foi retirada do site da Associação Francesa de Criadores da Raça Bovina Blanc Bleu Belge (BBB).

Caracterização da Exploração





A Casa Agrícola do Vale Fundo, com área de 34.46 hectares, contempla duas explorações agro-pecuárias.

Estas duas explorações fazem cria de animais, possuindo:
- Bovinos:
- 21 Vacas aleitantes;
- 16 Novilhas para reposição;
- 1 Touro Limousine Prata (DRAGÃO - PG08877002);
- 4 Novilhas Limousine A1;
- 43 Novilhos até 2 anos para engorda.
- Suínos:
- 3 Porcas (Large White x Land Race);
- 1 Varrasco(Pietrain x Large White x Land Race);
- 6 Leitões para engorda.
- Caprinos:
- 4 Cabras (Alpino Françês)
- 1 Bode Alpino (Alpino Françês)
- 3 Cabritas para Reposição

Os bovinos destas duas explorações são cruzados das seguintes raças: Limousine; Charolês; Blond d'Aquitaine; Simmental-Fleckvieh; BBB; Aberdeen-Angus e Tipo Frisia.